A casa de Harold Finlay parecia ter parado no tempo. Estava tomada por sombras, com livros empilhados até o teto, jornais amarelados e o cheiro de papel antigo misturado a café velho. Eleanor entrou primeiro, os passos cautelosos ecoando no assoalho gasto. Theo veio logo atrás, os ombros tensos, o olhar atento.
Harold os observava como quem pesa cada segundo. Ele estava mais curvado do que Theo se lembrava, mas os olhos continuavam vivos, cheios de farpas.
— Sente-se — murmurou, apontando duas cadeiras junto à lareira apagada. — Mas não se acomodem. Não confio em ninguém que aparece vinte anos depois querendo respostas.
— Não estamos aqui por curiosidade — disse Theo, sem hesitar. — A tia de Eleanor, Vivienne deixou pistas. E todas levam até você.
O nome de Vivienne teve o efeito de um leve terremoto no rosto envelhecido de Harold. Ele recostou-se na poltrona, soltando um longo suspiro.
— Aquela mulher tinha coragem. E uma cabeça melhor que a de muito policial que conheci. — Seus olh