Os dias que seguiram o beijo foram, para Lia, como caminhar por uma nova trilha — familiar em partes, mas ainda cheia de encantos desconhecidos.
Havia algo de diferente em acordar e saber que Rafael estava logo ali. Não como médico. Não como amigo. Mas como alguém que agora ocupava um espaço mais profundo.
O amor deles não veio com promessas exageradas ou declarações dramáticas. Veio na forma de rotina:
De um café passado com cuidado.
De um olhar que buscava o outro no meio do silêncio.
De um toque breve nas costas enquanto passavam pela porta da cozinha.
De um “tô aqui” dito sem palavras.
E também de beijos roubados quando não se espera. A cada dia Rafael conquistava mais o coração de Lia.
Lia reaprendia a viver.
E Rafael… parecia sempre ter esperado por esse momento.
Naquela manhã, Lia estava sentada no banco de madeira da varanda, vestindo um moletom largo e com os pés enfiados em meias grossas. A xícara de chá entre as mãos ainda soltava vapor, mas o calor que e