11 Pontes e Permissões

A tarde caía lentamente pela janela do quarto. O céu estava pintado com tons de dourado e rosa, como se até ele tivesse decidido ser gentil naquele dia. A cidade, apesar de pulsar vida, parecia silenciosa. Lia estava sentada na varanda dos fundos, enrolada em uma manta fina, sentindo o cheiro do café recém-passado que Rafael havia feito.

O corpo ainda doía — não de forma aguda, mas com aquele cansaço que só quem passou por longas batalhas conhece. Nove meses em coma deixaram marcas silenciosas: músculos mais frágeis, movimentos mais lentos, e uma espécie de confusão emocional difícil de descrever.

Mas havia algo mais.

Uma presença.

Ou melhor… duas.

Léo, seu irmão, havia vindo mais cedo. Trouxera uma torta de maçã desajeitada, com a massa queimada nas bordas e um bilhete que dizia “não sei fazer isso, mas pensei em você”. Eles tinham se falado algumas vezes desde que Lia voltara para casa, mas ainda havia um campo minado entre eles, com passos cautelosos, palavras escolhidas com
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