A música tocava baixinho na sala.
“You're as smooth as Tennessee whiskey
You're as sweet as strawberry wine
You're as warm as a glass of brandy
Honey, I stay stoned on your love all the time”
Rafael havia estendido a mão com um sorriso sereno, e Lia, quase sem pensar, aceitou.
Dançavam devagar, no ritmo da chuva que batia ritmada nas janelas.
Os pés descalços tocavam o chão de madeira, os corpos próximos, aquecidos pela cumplicidade silenciosa de quem já se conhecia nas dores e nos detalhes.
— Você dança melhor do que eu imaginava — disse ela, com um meio sorriso.
— Eu treino com o esfregão da cozinha — ele respondeu, fazendo-a rir.
As mãos de Rafael repousavam com firmeza e leveza na cintura dela.
Os olhos trocados não pediam permissão. Só diziam: “tô aqui.”
O tempo parecia suspenso.
Foi então que Lia falou, sem rodeios, mas com o coração acelerado:
— Rafa… você quer dormir no meu quarto hoje?
Não era só um convite para dividir uma cama — era entrega.
Era abrir portas