Narrado por Caio Valença
O telefone tocou pela segunda vez naquela manhã.
E naquele som seco e repetido, senti como se o destino estivesse abrindo a boca para me engolir.
A primeira ligação fora da companhia aérea: “acidente grave, pouso forçado, passageiros desaparecidos”. Naquele instante, a realidade se desfez. Helena caiu de joelhos no chão antes que eu pudesse desligar e dissipar o terror que se alojava na minha mente. O menino, Matteo, começou a chorar, sem entender o que estava acontecendo. E eu… eu permaneci ali, de pé, tentado a aparentar controle, segurando uma mulher que se despedaçava por dentro — mentindo até para mim mesmo, acreditando que o pior já havia passado.
Mas quando o telefone tocou novamente… o verdadeiro pior tinha chegado.
Com mãos geladas e a alma repleta de pânico, atendi.
— “Alô?”
Do outro lado, houve uma voz calma e impessoal.
— “Senhor Caio Valença? Aqui é do Hospital Metropolitano. Temos informações sobre o senhor Dante Ferraz.”
Ao ouvir seu n