📖 15 dias depois — Narrado por Dante Ferraz
O parquinho da escola tava vazio, exceto por uns poucos pais e professores.
Mateo corria pela grama, o rosto vermelho de calor, o sorriso aberto.
Eu, sentado no banco de concreto, só assistia.
Memorizando.
Guardando cada cena.
Cada riso.
Cada tropeço bobo.
Lorena ficou perto, discreta como sempre.
O tornozelo dela já quase 100%, mas ainda assim... sem chance de eu deixar voltar pra academia ainda.
Ela tentava brigar, claro.
Mas no fundo, gostava do cuidado.
Mesmo sem admitir.
Depois de meia hora, o recreio terminou.
Chamei Mateo.
Ele veio correndo, jogando o corpo contra mim, rindo alto.
Apertei ele nos braços.
Respirei fundo, prendendo aquela sensação no peito.
Entreguei o menino pra diretora, com o coração pesado mas não tão quebrado como antes.
Agora, pelo menos, eu sabia que podia vê-lo.
Poderia fazer parte, nem que fosse assim: fragmentado.
Caminhamos até o carro.
Lorena abriu a porta.
Eu entrei atrás dela.
E