**Quarto 312 — Hotel Serramar**
**Narrado por Dante Ferraz Andrade**
O ambiente do quarto parece pulsar no mesmo ritmo da respiração dela.
Lorena está adormecida, aconchegada em meu peito, como se essa fosse a situação mais tranquila e natural do mundo. Ela não tem a menor noção da imensidão da escuridão que carrego em minhas costas.
Minha atenção se fixa no teto, enquanto a insônia me consome, e ouço o som suave e quente da respiração dela, que encontra abrigo em minha clavícula.
As palavras que ela disse antes de adormecer ressoam em minha mente. Já me apaixonei... às vezes era só coisa da minha cabeça... amor não correspondido... e, como se falasse de um capítulo encerrado com uma pontada de resignação: Segui minha vida.
O que sinto primeiramente é respeito. Não é pena, mas uma admiração silenciosa pelo fato de que ela nunca me exigiu mais do que eu posso oferecer. Ela simplesmente está ali: presente, silenciosa.
Lorena é como um abrigo em meio a destroços. É uma paz que não comp