**Narrado por Dante Ferraz Andrade**
O aroma intenso do café invadia o ambiente quando Lorena se levantou da cama.
Eu ainda estava bem à beira entre o sono e a realidade, tentando processar o peso das emoções da noite anterior, quando, de repente e sem aviso, vi Lorena agarrar a barra da minha camisa branca e puxá-la lentamente, deslizando o tecido sobre sua pele nua.
A camisa caiu suavemente no chão.
Ela ficou ali, vestindo apenas uma delicada calcinha preta e um sutiã de renda, o corpo marcado pelos vincos do lençol, o cabelo preso em um coque alto, e sua pele vibrante, quente, cheia de vida.
Dois anos em coma.
Quatro meses vivendo como um fantasma.
Nenhuma mulher. Nenhum toque. Nenhuma emoção permitida.
Eu não estava preparado para isso.
O impacto foi físico.
Senti o sangue correr com pressa, o estômago afundar.
A xícara de café vibrou em minha mão. Apertei os dedos com força ao redor da alça.
Lorena se comportava como se nada tivesse ocorrido.
Caminhou até a mala no c