Isadora e Daniel tiveram um amor interrompido pelo destino, mas o passado tem um jeito de reaparecer quando menos se espera. Um escândalo no hospital coloca a carreira de Isadora em risco, ao mesmo tempo em que Daniel enfrenta uma crise empresarial que ameaça sua posição e reputação. O reencontro dos dois reacende memórias, ressentimentos e uma atração antiga, impossível de ignorar. Em meio a amigos leais, familiares poderosos e rivais inesperados, cada escolha torna-se um teste tanto para o coração quanto para a vida profissional. Entre tensão, paixão e segredos prestes a serem revelados, Isadora e Daniel descobrem que o passado nunca desaparece totalmente… e que ainda há muito a acontecer antes que seus caminhos se estabilizem.
Leer másCapítulo 13 - movimentos Isadora chegou ao sítio do pai no início da tarde. Assim que desceu do carro, o cheiro de terra molhada e flores silvestres a envolveu. O lugar sempre a fazia respirar fundo, como se cada partícula de ar trouxesse a ela uma paz difícil de encontrar na cidade. O som das cigarras, o farfalhar das árvores e o canto distante de um galo eram lembranças vivas de sua infância. Assim que atravessou o portão de madeira, viu Otávio vindo em sua direção com os braços abertos e um sorriso caloroso.— Minha filha! — exclamou ele, apertando-a contra o peito. — Que saudade eu estava de você.— Eu também, pai — disse Isadora, sentindo o calor e a segurança que só os abraços dele traziam.Entraram juntos na casa simples, mas cheia de lembranças. O cheiro de café fresco se misturava ao de comida recém-feita, lembrando-lhe de que estava de volta ao lar. Durante o almoço, sentaram-se à mesa de madeira que, apesar dos anos, ainda guardava marcas da infância dela: riscos, desenhos
O motor do Rolls-Royce ronronava suavemente pela estrada iluminada, refletindo as luzes noturnas da cidade. Daniel mantinha as mãos firmes no volante, embora sua mente estivesse distante, perdida em pensamentos fragmentados. Ao seu lado, Laura observava-o com atenção, aproveitando o silêncio como uma oportunidade rara de aproximação.Quando o carro virou a esquina e as mansões dos Lima surgiram à frente, ela se ajeitou no banco, ajeitando discretamente os cabelos loiros. Sabia que aquele era o momento.— Daniel... — falou ela, num tom suave, quase ensaiado.Ele desviou o olhar da pista por um breve instante, encarando-a de soslaio. O coração de Laura acelerou, mas antes que sua coragem esmorecesse, ela se inclinou de repente, tentando selar os lábios dele com um beijo.Surpreso, Daniel afastou o rosto rapidamente, e o gesto inesperado fez com que a boca dela encostasse apenas em sua bochecha. O rubor subiu ao rosto de Laura, mas ela disfarçou com um sorriso leve, como se aquele toque
Quando Isadora voltou do banheiro, Vinícius percebeu seu semblante alterado. A expressão séria, quase perturbada, não passou despercebida. Assim que ela se sentou, ele se inclinou um pouco mais, a voz alta para não ser engolida pelo som alto da música. — Isadora… o que existe entre você e o Daniel? — perguntou, o olhar fixo nela. Ela ficou sem reação por um instante, buscando uma resposta que não deixasse transparecer o que havia acabado de viver. Mas, antes que pudesse dizer qualquer coisa, Laura surgiu com Daniel ao seu lado. Os dois retornaram à mesa como se nada tivesse acontecido. Foi nesse momento que Sarah apareceu rindo, apoiada no braço do moreno alto com quem havia dançado mais cedo. Seus passos estavam descompassados, e ela quase tropeçou antes de chegar até Isadora. — Amiga… eu tô ótima! — balbuciou, entre risos. O rapaz que a acompanhava sorriu educadamente. Isadora, sem demora, passou o braço por baixo dos ombros da amiga, sustentando seu corpo meio mole. — Obrig
Na pista, o ritmo vibrante fazia os casais se movimentarem em sintonia. Logo um rapaz moreno, alto e de sorriso fácil, aproximou-se da mesa. Dirigiu-se diretamente a Sarah. — Quer dançar? Ela lançou um olhar rápido para Isadora, como quem pedia licença, e sorriu antes de aceitar. — É claro. — respondeu, levantando-se animada. Sarah sempre foi assim, magnética, acostumada com os olhares masculinos ao redor. Pouco depois, Vinícius virou-se para Isadora, estendendo a mão. — E você? Aceita uma dança comigo? Ela hesitou por um segundo, mas o sorriso dele a fez ceder. Afinal, Vinícius sempre estivera presente, desde os tempos da faculdade. Prestativo, educado, atencioso… e agora parecia ainda mais interessado. Na pista, ele a puxou suavemente para perto de seu corpo. O som alto fazia o chão vibrar, e os dois se encaixaram no ritmo com naturalidade. Girando-a em um movimento ágil, Isadora ficou de costas, suas mãos entrelaçadas às dele. Seus quadris começaram a se mover com a b
Isadora estava sentada à sua mesa, com os olhos fixos no documento que repousava sobre os papéis de rotina. No alto, em letras frias e oficiais, lia-se: “Afastamento temporário de suas funções.” Por um instante, ela piscou várias vezes, como se o simples ato de repetir o gesto pudesse alterar as palavras impressas. O coração acelerou, e a respiração se tornou curta. — Isso só pode ser uma piada… — murmurou, apertando o papel entre os dedos. Sem esperar, levantou-se e caminhou apressada até a sala do diretor. Bateu à porta com mais força do que pretendia e entrou. — O que significa isso? — perguntou, erguendo o documento diante dele, sem disfarçar a indignação. O diretor suspirou, tirando os óculos e massageando a ponte do nariz. — Dr. Melo, você sabe o quanto admiro seu trabalho, mas… estamos sofrendo muita pressão. — fez uma pausa, escolhendo as palavras. — Há pessoas influentes exigindo seu afastamento. Pelo menos por enquanto, é melhor que você fique fora até que a situ
Antes de finalizar seu plantão, Isadora passou no quarto de Dona Helena para retirar a máscara de oxigênio. A paciente já estava respirando melhor, sinais estáveis, e a médica sentiu um pequeno alívio por isso. Ao abrir a porta, deu de cara com Daniel. O ambiente, silencioso, pareceu de repente carregado de tensão; o ar entre eles ficou pesado, carregado de lembranças e emoções não resolvidas. — Como a senhora está se sentindo? — perguntou Isadora, tentando manter a voz calma, profissional, mas sentindo o coração acelerar. Dona Helena, com sua generosidade habitual, sorriu fraquejamente, e mesmo com a voz fraca, cumprimentou a médica: — Estou melhor, minha querida… obrigada por tudo. O destino é mesmo curioso, nos reuniu novamente. Isadora sentiu o peso das palavras e, por um instante, a mente voltou para o passado. Lembrou-se do período após o acidente com os pais de Daniel. Ele havia se afastado dela, ignorando suas tentativas de contato, como se todos os momentos felizes tivess
Último capítulo