Capítulo 13 - movimentos
Isadora chegou ao sítio do pai no início da tarde. Assim que desceu do carro, o cheiro de terra molhada e flores silvestres a envolveu. O lugar sempre a fazia respirar fundo, como se cada partícula de ar trouxesse a ela uma paz difícil de encontrar na cidade. O som das cigarras, o farfalhar das árvores e o canto distante de um galo eram lembranças vivas de sua infância. Assim que atravessou o portão de madeira, viu Otávio vindo em sua direção com os braços abertos e um sorriso caloroso.
— Minha filha! — exclamou ele, apertando-a contra o peito. — Que saudade eu estava de você.
— Eu também, pai — disse Isadora, sentindo o calor e a segurança que só os abraços dele traziam.
Entraram juntos na casa simples, mas cheia de lembranças. O cheiro de café fresco se misturava ao de comida recém-feita, lembrando-lhe de que estava de volta ao lar. Durante o almoço, sentaram-se à mesa de madeira que, apesar dos anos, ainda guardava marcas da infância dela: riscos, desenhos