— Eu não vim pra te convencer. Vim pra pedir. De joelhos, se for preciso. Me deixa tentar. Me deixa mostrar que eu posso ser melhor.
As palavras dele ecoaram dentro de mim como uma prece desesperada. Eu podia sentir — não só nas palavras, mas nos olhos, na respiração trêmula, no jeito como ele segurava as mãos, como se tudo nele estivesse implorando. E, mesmo que meu coração ainda sangrasse com tudo o que aconteceu, mesmo que a mágoa ainda morasse em cada canto do meu peito… havia algo mais forte ali.
Amor.
Medo, talvez.
Mas também um instinto.
Olhei para a barriga que já pesava mais a cada dia. Aquele menininho que eu sentia mexer dentro de mim todas as noites, como se dançasse só pra me lembrar que eu nunca estava sozinha. Ele era meu mundo agora. Mas… e se ele quisesse mais? E se, um dia, ele olhasse pra mim e perguntasse por que eu não dei ao pai dele uma chance?
Eu respirei fundo. Longo. Doído.
— Você não sabia — minha voz saiu baixa, rouca. — Eu gritei tantas vez