40.0 - Sorvete

Era noite. Quase meia-noite, e o silêncio da casa me envolvia como uma manta quente. A única luz vinda da lâmpada suave na sala de estar, que iluminava de forma tênue os cantos da casa. Eu estava sozinha, apenas a companhia do meu pijama felpudo e de um pote de sorvete. Nada mais importava agora. O que antes parecia ser uma noite comum se tornara um refúgio, um espaço onde eu podia finalmente me permitir sentir o peso do que estava vivendo sem precisar ser forte para o mundo.

A noite, com seu clima calmo e sereno, parecia oferecer uma pausa de tudo. Da pressão, dos compromissos, da empresa, até mesmo dos fantasmas que Max ainda conseguia invocar, apesar de eu já ter feito o possível para afastá-lo da minha vida. Não queria mais saber de flores, de cartas, de pedidos de perdão que não passavam de gestos vazios. Não queria mais nada dele.

Mas, naquele momento, eu me entregava ao sabor doce e frio do sorvete, talvez para tentar afogar um pouco a confusão que se formava em meu peito. Eu s
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