A porta da sala se abriu de novo, e dessa vez não foi Daniel. Foi um bando de funcionários da empresa, encarregados de colocar tudo em ordem depois do que eu havia feito. Eles entraram com a calma de quem já estava acostumado com o caos que eu causava, mas dessa vez, algo estava diferente. O movimento deles parecia mais meticuloso, como se estivessem tentando não fazer barulho demais, para não me incomodar ainda mais. Eles sabiam o que aconteceu, sabiam da confusão, da destruição. Era como se, ao entrarem, estivessem limpando mais do que apenas a bagunça física. Estavam tentando apagar o rastro de algo que eu não conseguia mais ignorar: a vergonha.
Eu me recostei na cadeira, sem saber o que fazer. De algum jeito, assistir eles trabalharem me fez sentir um peso nos ombros, como se fosse impossível sair de onde eu estava. Eles trocaram a cadeira quebrada, tentaram ajustar a mesa que eu tinha derrubado, organizaram papéis e documentos espalhados por toda parte. Cada movimento deles parec