A porta se abriu sem aviso, e Daniel entrou na sala com uma expressão de quem sabia exatamente o que ia encontrar, mas ainda assim, parecia não acreditar no que estava vendo. Ele parou por um momento, encarando o caos que dominava o espaço. Vidros quebrados, papéis espalhados por toda parte, a mesa virada, a cadeira quebrada, e eu, ali, com a cara fechada e a garrafa de uísque em mãos.
— Caralho, Max... o que aconteceu aqui? — Ele perguntou, mas não com aquele tom de preocupação, mais como se fosse um cara tentando entender o que estava acontecendo com o amigo.
Eu não me movi. Não falei nada. Apenas continuei encarando o vazio, meu corpo tenso, como se algo dentro de mim estivesse preso e não conseguisse sair.
— Foda-se... — resmunguei, mais para mim mesmo. Meus olhos não se desviarem da garrafa.
Daniel se aproximou, caminhando com passos cautelosos como se não soubesse se era seguro estar ali. Ele olhou para mim, depois para o chão, depois para os destroços ao redor, com uma cara de