As ruas passavam rapidamente pela janela do táxi, mas nada ao meu redor parecia fazer sentido. Eu estava ali, sentada na parte de trás do carro, os olhos inchados de tanto chorar, a respiração ainda irregular. Mas à medida que a dor foi se esvaindo, algo mais tomou seu lugar. Algo mais sombrio, mais poderoso.
Acariciei minha barriga com uma suavidade que nem eu mesma entendi. A pequena vida dentro de mim era a única coisa que ainda me dava um pouco de consolo, mas ao mesmo tempo, foi ali que a raiva começou a crescer, a se infiltrar em cada pensamento, em cada centelha do meu ser.
Raiva.
Raiva de Max. Raiva de Victor. Raiva de mim mesma.
Era como se tudo o que eu passasse a sentir agora fosse puro veneno. Eu estava farta de ser tratada como uma