ISABELLA
A floresta sempre foi o meu território.
O lugar onde aprendi a ouvir o silêncio e entender o que ele escondia.
O vento que corta as folhas, o estalar distante de um galho, o som sutil da própria respiração.
Quando a mensagem chegou no celular, entendi o que estava por vir:
“Ela avisou alguém.”
Curto, direto, como tudo o que Donatella mandava.
Senti o sangue gelar por um instante, mas logo sorri.
De todas as decisões erradas que Chiara podia tomar, escolher a floresta como palco era a mais divertida.
Dei dois passos para trás, me misturei à sombra das árvores e observei.
A luz fraca da lanterna do celular tremia nas mãos dela — saltos afundando na terra, respiração ofegante, e o olhar inquieto tentando distinguir formas no breu.
Ela não sabia, mas o repetidor de sinal que Alessandro instalou fazia o telefone funcionar ali.
E foi isso que a condenou.
A cada segundo, via a boneca de luxo tropeçar em raízes, olhar para o visor e apertar botões como se a tecnologia pu