O salão do clube parecia mais abafado naquela noite, como se o ar carregasse segredos pesados demais para serem ditos. Scarlett sentiu isso ao entrar, os olhares deslizando sobre ela como lâminas. Desde o jantar com Azevedo, o comentário era único: a Selvagem já não era só uma acompanhante, mas peça de um jogo maior. Alguns a descreviam como troféu político, outros como símbolo de status. Para Vivian, tudo soava como armadilha.
O gerente a chamou de lado, com o sorriso calculado.
— Scarlett, chegaram novos convites. Gente grande. Você não imagina a projeção que isso pode trazer.
— Projeção ou coleira? — respondeu, com ironia.
Ele não gostou da resposta, mas manteve o tom profissional.
— Não brinque com oportunidades. Recusar demais pode custar caro.
Camila se aproximou, aproveitando o momento para sussurrar ao ouvido da amiga.
— Vivi, é agora ou nunca. Essas portas não se abrem duas vezes. Se você aceitar, ninguém mais te derruba daqui.
Do outro lado do corredor, Gaia apenas observava