No clube, a noite seguinte foi marcada por murmúrios. O jantar com o secretário Azevedo espalhara rumores como fumaça. Scarlett se tornara assunto não apenas entre os clientes, mas também entre os funcionários. Alguns diziam que ela estava prestes a se tornar “peça política”, outros insinuavam que o colar recusado valia mais do que muitos salários juntos. O gerente circulava orgulhoso, como quem exibia um troféu raro.
Scarlett, no entanto, sentia o peso daquilo como uma corrente fria. Enquanto sorria para os frequentadores, sua mente repetia o alerta de Gaia: “Azevedo coleciona lembranças, e colecionadores não sabem devolver”. A cada elogio que recebia, sentia-se menos uma mulher e mais uma peça em um tabuleiro que desconhecia por completo. Pela primeira vez desde que se tornara a Selvagem, teve medo real de estar na mira de algo maior que ela.
Camila, sempre pragmática, tentava tranquilizá-la. — É assim que funciona, Vivi. Quanto mais poderosa a clientela, mais alto você sobe. E mais