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CAPÍTULO 112 – A REDE QUE SE ROMPE

O dia acordou com um frio seco que cortava as mãos. Havia algo de decisivo no ar — não apenas a umidade das ruas, mas a sensação de que linhas velhas estavam sendo retesadas. Eduardo chegou cedo ao Ministério Público com o passo que já vinha treinando desde o escândalo: sem alarde, direto ao gabinete onde Aline e a dupla externa aguardavam. Nos olhos dele havia uma concentração que fazia parecer menor a sombra do curativo no ombro.

Aline recebeu-o com um papel dobrado na mão. — Eles marcaram encontro às sete. O assessor limpou o processo ontem; um rastreamento discreto flagrou a saída do prédio e os passos dele rumo a um restaurante em frente ao parque. O MP armou uma operação tímida: prisão em flagrante, interceptação do laptop, e a gente com dois carros à distância.

Vivian estava na cozinha quando a notícia chegou. O bilhete "Sábado — bolo — feira" ainda repousava dentro da caixinha, junto ao celular antigo, e o abajur alinhava a luz à mesa como se fosse um juiz pequeno e doméstico.
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