Os dias após a posse de Enzo foram como caminhar sobre brasas.
Cada movimento dentro da matilha, cada olhar, cada sorriso contido parecia carregar uma tensão invisível, mas esmagadora.
Eu sentia isso em cada passo que dava — no corredor da universidade, nas ruas da cidade, até mesmo quando cruzava com conhecidos da minha própria matilha.
Mas nada se comparava à noite em que decidi encarar a boate novamente.
A nova casa noturna era elegante, cheia de luzes pulsantes e sombras que dançavam junto com a música eletrônica.
Serena estava lá.
Como sempre, impecável.
Como sempre, perigosa.
Ela me olhou assim que entrei, com aqueles olhos verdes que pareciam enxergar não apenas meu corpo, mas cada medo e desejo escondido dentro de mim.
Sorriu.
Um sorriso curto, cruel.
— Hellena. Que surpresa… — disse, a voz suave como veludo, mas carregada de veneno.
— Olá, Serena — murmurei, mantendo a voz firme, mas sentindo meu corpo reagir ao simples som dela.
Antes que pudesse me aproximar, s