Aquela noite estava silenciosa demais.
Tão silenciosa que o som do meu próprio coração parecia ecoar dentro da casa.
Tentei estudar, assistir a algo, fingir normalidade… mas o ar estava pesado, diferente. Como se algo — ou alguém — me chamasse.
O vínculo, esse elo invisível que eu ainda não compreendia completamente, pulsava dentro de mim com força, latejando sob a pele.
Era como se o meu corpo inteiro soubesse que algo estava errado antes mesmo de a mente entender.
Levantei da cama e fui até a janela.
A lua cheia iluminava o céu, enorme e pálida, e naquele instante senti o arrepio subir pela espinha.
Não era medo.
Era um chamado.
Um sussurro mudo que dizia: vá.
Sem pensar, calcei o primeiro casaco que encontrei e saí.
A floresta atrás da cidade sempre teve um ar misterioso, mas naquela noite parecia viva — cada folha, cada sopro de vento vibrava de forma quase sobrenatural.
Meus sentidos estavam aguçados.
O som das folhas sob meus pés, o farfalhar distante, o cheiro da terra molhada…