A madrugada ainda pairava sobre a cidade quando a boate começou a esvaziar.
A música diminuíra, os risos e passos se tornaram ecos distantes, mas para mim, a tensão continuava elétrica, quase insuportável.
Eu podia sentir cada fibra do corpo de Augusto à distância, cada movimento dele como se fosse meu próprio instinto alertando.
Ele estava ali, parado na sombra de uma coluna, observando cada passo meu, cada respiração, cada gesto que eu fazia.
E dessa vez, não estava contido.
O lobo dentro dele pulsava, selvagem, e eu podia senti-lo mesmo sem que ele se aproximasse.
Selene estava próxima também, tentando atrair a atenção dele com sorrisos calculados e gestos provocativos.
Mas eu via o que ele sentia.
E era tudo por mim.
— Hellena… — a voz dele saiu baixa, rouca, carregada de desejo e fúria contida — não se aproxime.
Meu coração disparou.
— Augusto… — murmurei, dando um passo à frente, desafiando-o, mesmo sabendo que o risco era enorme. — Por que sempre tenta me proteger assim?
Os mús