Clara
Cheguei à Ferraz me sentindo mais cansada que o normal. O fim de semana tinha sido mais exaustivo do que eu esperava, emocionalmente falando. A cada passo dentro daquela empresa, eu precisava me lembrar de respirar, de manter o controle, de não ceder à raiva ou à saudade.
Theo estava de volta à rotina também. Eu sabia. Sentia. A presença dele parecia atravessar o ar, mesmo antes que o avistasse nos corredores.
Enquanto caminhava pelo corredor em direção a minha sala, encontrei Laís me esperando com dois chás.
— Bom dia — ela disse, estendendo um deles.
— Bom dia — respondi, aceitando o copo. — Dormiu bem?
Ela deu um sorrisinho contido.
— O suficiente.
Notei que havia algo diferente em seu olhar, uma espécie de tensão silenciosa. Eu quis perguntar, mas antes que abrisse a boca, um grupo de diretores passou, e o momento se perdeu.
Seguimos para minha sala. Os e-mails se acumulavam na tela, as reuniões já haviam sido remarcadas três vezes, e o telefone tocava sem parar. Era a m