Noite na fazenda, frente da sede – clima tenso, amargo
Bruno estacionou o carro sob o céu russo encoberto, a neblina escorrendo devagar entre os galhos das árvores como véus de um passado que insistia em rondar Amanda. Ele deu a volta no carro, abriu a porta para ela com o cuidado de quem protege um diamante raro. Amanda desceu, envolta em seu sobretudo escuro, e os dois caminharam em silêncio até a varanda da sede.
Na porta, ela parou.
Bruno a fitou por um instante. Os olhos verdes dele buscavam algo além do que Amanda podia dar. Ela sabia. Sempre soube. E, mesmo assim, não conseguia afastá-lo. Ele era sua única âncora.
Sem dizer uma palavra, Bruno inclinou-se e depositou um beijo leve em sua testa.
— Boa noite, Amanda. Estou sempre aqui, lembra disso.
Ela apenas assentiu. Os olhos não se emocionavam mais, mas dentro dela ainda vivia a dor do que perdeu — e do que não podia retribuir.
Lá dentro da sede, pela janela do andar de cima, João observava.
A sombra dele se misturava à escuri