Mais tarde, no quarto…
Sozinha novamente, Amanda encarava o espelho. O reflexo que via não era só dela — era da mulher que Ana havia moldado. Mas algo mudava em seus olhos: a consciência de que estava traçando o próprio caminho.
Ela abriu a gaveta da cômoda e tirou uma caixinha de veludo escuro. Dentro, uma pequena fivela de prata, antiga, com o brasão dos Duarte. José a tinha dado junto com o cavalo no seu aniversário de 15 anos.
Ela prendeu o cabelo com a fivela, respirou fundo, e sussurrou para si mesma:
— Cavalgar na tempestade... é isso que eu fui feita pra fazer.
Lá fora, os cavalos relinchavam, e o vento começava a soprar com mais força no vale.
O sol já se escondia atrás das colinas quando Amanda, com os cabelos soltos e botas marcando o piso do corredor, saiu de seu quarto. Caminhou decidida até o final do corredor, parando diante da porta de João.
Ela bateu duas vezes.
João abriu, surpreso ao vê-la ali. Não teve tempo para perguntar nada — Amanda o puxou pela camisa