Fim da tarde na empresa. Os corredores estavam mais silenciosos. A maioria dos diretores já havia saído. Amanda estava em sua sala, revisando alguns relatórios com fones no ouvido, quando Mirela apareceu na porta com um sorriso doce demais para ser sincero.
— Posso? — perguntou com um tom calmo.
Amanda tirou os fones devagar, sem levantar da poltrona de couro.
— Se for rápido, sim.
Mirela entrou com uma sacolinha nas mãos e colocou sobre a mesa.
— Trouxe um chá de ervas que comprei na cidade. É bom pra ansiedade... e pra digestão. Achei que poderia te fazer bem, depois desses dias intensos.
Amanda ergueu uma sobrancelha.
— Você está dizendo que eu estou ansiosa? Ou indigesta?
— Claro que não... — Mirela riu, sem graça. — Só quis ser gentil. Você vai casar, está sobrecarregada. E eu sei como o João exige atenção...**
Amanda se levantou devagar, pegou a sacola com o chá, e caminhou até Mirela, parando perto demais.
— Vou aceitar o chá. — sua voz era baixa, mas firme. — Mas cuidado com o