Na manhã seguinte, antes mesmo do sol se firmar no céu gelado da Rússia, Amanda e João já deixavam os portões da fazenda. Não tomaram café, não deram explicações — apenas seguiram em silêncio para a cidade, rumo ao consultório médico mais confiável da região.
Amanda estava introspectiva, com os olhos fixos na estrada, enquanto João dirigia com o semblante sério. A dúvida pesava entre eles, mas não era medo — era a necessidade de saber, de ter uma resposta. De colocar fim àquela interrogação que, silenciosa, já tomava espaço demais.
O médico os atendeu com rapidez. Amanda passou por uma bateria de exames e, pouco depois, veio o resultado: não era gravidez.
— É provável que os enjoos e mal-estar estejam ligados ao estresse físico e emocional pós-acidente — explicou o médico. — Seu corpo ainda está se recuperando, Amanda. Descanse. Ouça os sinais.
Amanda agradeceu, mas sua expressão permaneceu fria. Havia algo naqueles sintomas que ela não conseguia ignorar. Ela conhecia o próprio corpo,