Boa tarde, Carla e Augusto. — disse Jorgia com a voz firme, mas polida, ao subir os últimos degraus da varanda. Seus olhos pousaram diretamente em Carla, que se encolheu na cadeira, como se aquelas palavras tivessem o peso de anos não ditos.
— Esse é Leonardo. — ela continuou, com um gesto elegante, apresentando o rapaz ao grupo reunido. — Vocês o conhecem... ou deveriam conhecer.
O silêncio era quase opressor. O vento frio da fazenda cortava as palavras como navalha. Amanda, de pé ao lado de João, observava cada reação. Ana manteve-se calada, seus olhos brilhando com uma dor contida. José olhava para o pai ainda atordoado no sofá, enquanto Mirela e Clara pareciam petrificadas.
Carla finalmente se levantou, com a respiração acelerada, a voz embargada.
— Você jurou, Jorgia... jurou que nunca voltaria.
Jorgia deu um leve sorriso — mas não havia doçura alguma nele.
— E cumpri minha promessa por tempo demais. — respondeu com frieza. — Mas há promessas que se quebram quando a verdade grita