A claridade suave da manhã filtrava-se pelas cortinas, dourando o ar do quarto.
O silêncio tinha peso, o tipo de quietude que só vem depois da tormenta.
Alice abriu os olhos devagar, demorando a entender onde estava. A primeira coisa que sentiu foi o calor. O segundo foi o som de uma respiração próxima.
Felipe a observava.
Deitado ao lado dela, o olhar tranquilo e intenso, como se quisesse gravar cada detalhe.
Por um instante, ela achou que ainda sonhava. O coração bateu rápido, o ar se perdeu por um segundo. Ele não disse nada, apenas a puxou levemente para mais perto, o braço envolvendo a cintura com naturalidade.
Alice ficou imóvel, o rosto ruborizado, tentando controlar o turbilhão de sensações.
Não queria se mover, nem falar. Tinha medo de que, se dissesse qualquer coisa, ele desaparecesse.
E, ainda assim, o silêncio entre eles não era incômodo. Era quase sagrado.
Mas o medo veio, inevitável.
E se ele fosse embora?
A simples ideia fez o peito dela apertar. O corpo reag