Rafael chegou ao restaurante privado vinte minutos antes do horário marcado.
Não por ansiedade.
Por método.
A sala reservada ficava nos fundos: vidro escurecido, isolamento acústico, uma única mesa, iluminação baixa e controlada. Era o tipo de lugar em que conselheiros fechavam acordos, não onde pessoas iam chorar mágoas. Ali se resolviam problemas. Ponto.
Ele se sentou de frente para a porta.
Mãos vazias.
Celular silencioso.
Esperar, para ele, também era arma.
Quando a porta abriu, Thiago entrou como alguém acostumado a negociar poder. Paletó escuro, expressão neutra, olhar direto demais para ser casual.
— Rafael. — cumprimentou com um leve aceno de cabeça.
— Thiago.
Sem abraços.
Sem tapinha nas costas.
Sem nostalgia de família distante.
Os dois se sentaram. Um garçom surgiu em silêncio; Thiago pediu café sem olhar o cardápio, Rafael apenas assentiu. Assim que o garçom saiu, o silêncio ficou. Um silêncio calculado, desses que medem quem se apressa.
Thiago sempre foi bom nesse tipo de