Ela parou. Olhou para a mão dele em seu braço, depois para o rosto.
— Fala.
Paolo soltou seu pulso com cuidado. Passou a mão pelos cabelos, respirando fundo.
— Não sou bom com palavras...
— Já percebi. — Ela esboçou meio sorriso.
Paolo inclinou-se ligeiramente, reduzindo a distância entre os dois. Seus olhos a examinavam com intensidade contida, como quem tenta decifrar algo precioso, mas trincado.
— Sei que você ficou com a casa…
— Como soube?
— Tenho olhos e ouvidos em toda parte.
Luísa desviou o olhar, mas não recuou.
— Não quero que volte para Japigia. Lá é muito perigoso.
Suas mãos estavam frias, e ela as esfregava discretamente.
— Eu sei me defender.
— Não sabe de porra nenhuma — ele rebateu. — O seu ex e sua irmã podem continuar te atacando.
Ela o encarou, e por alguns segundos, não houve som além do leve canto dos pássaros ao longe.
Paolo ergueu a mão e afastou uma mecha de cabelo que escapava do coque improvisado dela. Seus dedos roçaram sua pele de leve.
— Me deixa continua