“O mal que praticamos volta sempre disfarçado, e nos cobra mais caro do que ousamos imaginar.” — Victor Hugo
No dia seguinte o tribunal estava carregado de uma tensão que não se dissolvia. Na sala abafada, os olhares se fixavam em cada gesto do juiz, em cada palavra dita, como se dali dependesse não apenas um processo, mas destinos inteiros.
Dayse e Enzo permaneceram lado a lado. Suas mãos, quase imperceptivelmente unidas sob a mesa, eram a única âncora num mar revolto. Lorenzo, silencioso, assistia atento, a bengala apoiada ao lado da cadeira. O patriarca, mesmo fragilizado, parecia sustentar a dignidade da família com a postura ereta.
Do outro lado, Victoria. Os olhos duros, mas inquietos. O corpo rígido na cadeira de rodas, como se estivesse diante de um palco onde não conseguia mais controlar o roteiro.
No segundo dia de audiência, Luna retornou ao tribunal com a serenidade de quem havia finalmente encontrado paz com sua consciência.
O advogado de Dayse fez uma breve introdução,