Claire Dubois, uma talentosa estudante de arte em Paris, busca refúgio na tranquilidade de uma galeria de arte para escapar das sombras do passado. Em uma noite fria, seu mundo solitário colide com o irresistível Jean-Luc Moreau, um mafioso enigmático que exala perigo e poder. Apesar de sua aura intimidadora, Claire é atraída pela presença magnética de Jean-Luc, desencadeando uma paixão perigosa que desafia tudo o que ela conhece sobre si mesma. O que começa como um encontro fortuito rapidamente se transforma em um jogo perigoso de sedução e segredos, à medida que Claire descobre o verdadeiro mundo obscuro de Jean-Luc. Quando Claire descobre estar grávida, ela foge para proteger seu filho dos perigos sombrios que Jean-Luc representa, mantendo em segredo a verdade sobre sua gravidez. Seis anos depois, o destino os reúne novamente, lançando Claire em um turbilhão de emoções conflitantes. Jean-Luc, obcecado por manter Claire e seu filho em sua vida, enfrenta dilemas morais e perigos que ameaçam separá-los para sempre. Entre a paixão proibida e a luta pela sobrevivência, Claire e Jean-Luc são obrigados a confrontar seus próprios demônios internos e decidir até onde estão dispostos a ir pelo amor e pela segurança de suas famílias.
Ler maisJean-LucAo chegar ao hospital, encontrei Charlotte na sala de emergência.— O senhor não pode entrar aqui! — disse um enfermeira, quando invadi a sala de atendimento, abrindo as cortinas, procurando pela melhor amiga do amor da minha vida. Quando os olhos de Charlotte alcançaram os meus, eles desaguaram. O corte inchado em sua testa era fundo e recebia pontos.— O que aconteceu? — perguntei, a voz firme, mas carregada de fúria.Charlotte respirou fundo, ainda assustada e em prantos. Segurei seus braços com certa força, fazendo-a me olhar novamente.— Vamos, Charlie! — falei firmemente. — O tempo pode custar a vida dela. Conte-me o que sabe?— O senhor precisa se afastar e se retirar, já chamamos a segurança! — disse o médico.Virei meu rosto para ele, encarando-o com um desejo imenso de lhe arrancar a língua.— Sugiro que você se afaste — Meu tom saiu baixo, rouco e ameaçador.O homem, que tinha a mão em meu ombro sentiu o perigo. Com olhos assustados, ele se afastou, recuando para o
ClaireQuando acordei, não sabia onde estava nem quanto tempo havia se passado. O lugar era frio, úmido e cheirava a mofo. Eu estava em uma sala grande e suja, com janelas tapadas por ripas de madeira. Tentei ver pelas frestas, mas enxerguei nada, não havia luz do sol lá fora. Meu corpo estava pesado, a cabeça latejava. Sentei-me no colchão velho e fedido onde meu corpo havia sido depositado.Tateei o chão ao redor, tentando encontrar algo, qualquer coisa que pudesse usar como arma, mas não havia nada além de poeira e embalagens vazias de bolinhos. Respirando fundo, tentando conter a ânsia e coloquei-me de joelhos. O odor velho de urina impregnou meu nariz causando-me ainda mais enjoo.— Socorro! — tentei gritar, ainda me sentia fraca.A claridade no lugar era fraca, vinha de uma lâmpada na parede. Tentei observar o local. Parecia ser uma casa abandonada. Depois de alguns minutos, consegui me erguer. Apoiando-me nas paredes, caminhei devagar até a porta. Estava trancada. É óbvio que e
ClaireApós o almoço, o telefone dele tocou. Eu estava deitada em seu colo, enquanto conversávamos sobre filmes ruins e discordávamos veemente sobre isso. Estávamos agindo como pessoas normais. Mas quando seu semblante mudou ao encarar a tela do celular, eu soube que o faz de conta havia acabado. Ele pediu licença e se levantou, caminhando em direção a porta. A postura de seu corpo mudou completamente. Ele falava baixo, mas consegui ouvir um palavrão sair duro entre dentes.— Preciso sair. É urgente — disse para mim ao desligar a chamada.Assenti, tentando conter a frustração.— Eu... vou para a casa da Charlie.Jean-Luc segurou minha mão, os olhos carregados de preocupação.— Fica aqui. Eu volto logo.— Não vou passar o dia sozinha. Eu vou para a Charlie. — Mantive o tom firme, encarando-o.Ele hesitou por um instante, depois suspirou e cedeu.— Vou te levar.Quando chegamos em frente a casa, virei-me para ele, encarando-o. Já estava sendo afetada pela sua tensão.— Me avise quando a
ClaireQuando a festa acabou e quase todos foram embora, René se despediu anunciando que levaria Charlotte para casa. Jean-Luc, por outro lado, se trancou no escritório com dois de seus homens, discutindo algo que me foi vedado. Suas esposas e o filho de um deles, um bebê de seis meses, ficaram na sala de estar. Elas conversavam entre si. Às vezes me olhavam e sorriam sem graça, mas em momento algum tentaram me integrar à conversa. A mãe da criança percebeu que eu olhava demais para seu filho.— Quer pegá-lo?Isso pegou-me de surpresa. Olhei-a com espanto.— Não — disse baixinho, forçando um sorriso.O menino era lindo. Pele escura, olhos pretos como a noite e bochechas grandes. Apesar de sonolento, ele me olhava e sorria receptivo. Instintivamente minha mão foi à barriga, repousando-se ali. Despedindo-me com um breve boa-noite, deixei a sala. A casa estava silenciosa, apenas o crepitar das lareiras preenchia os cômodos. Caminhei até a biblioteca, onde o fogo projetava sombras longas
ClaireClaireCharlotte me consolou. Dormimos juntas em sua cama depois de chorar por horas até a cabeça começar a doer. Na manhã seguinte, ela acordou antes de mim. ao sair do quarto, o cheiro de café e torradas entranhou meu nariz. Na pequena cozinha, a encontrei na beirada da pia. Quando se virou para mim, sorriu, pedindo-me para me sentar à pequena mesa com duas cadeiras junto a parede.— Ainda com dor de cabeça?Neguei com um aceno.Ela colocou uma caneca fumegante à minha frente e sentou-se.— Espero que cafeína não faça mal ao bebê.Encarei as bolhinhas na superfície da bebida, e suspirei fundo, cansada.— Eu não posso contar para ele, Charlie. Não posso.— Você não vai conseguir esconder por muito tempo.— Eu não sei o que fazer. Eu devo ter esse bebê? Devo fugir?Ela me encarou sem respostas.Na sala, meu celular começou a tocar. Caminhei até ele e logo que o apanhei o aparelho, em sua tela o nome de Jean-Luc brilhou. Eu havia apenas mandado uma mensagem para ele na noite ant
Claire Quando saí do banho, o relógio marcava cinco e meia da manhã. O vapor ainda pairava no ar, mas o frio que senti vinha de dentro. Um vazio sufocante se espalhava no peito, uma sensação que nem a água quente conseguiu dissipar. O sono me abandonou, e o cansaço parecia um fardo inútil. O alarme tocou pouco depois, um som estridente que me fez estremecer, mesmo já acordada. Vesti-me apressada, cada movimento mecânico, e saí sem esperar para me despedir de Jean-Luc. O peso do seu olhar seria insuportável agora. O dia se arrastou em um torpor opressor. A sala na escola parecia menor, as paredes mais próximas, e o ar, mais denso. Tentei me esconder atrás da tela de esboço 40x50 no meio do espaço, mas meu rosto me traía. Tinha certeza de que se alguém me olhasse por mais de cinco segundos, saberiam que algo me atormentava.As mãos tremiam levemente, e a mente era um redemoinho de pensamentos que me irritavam e causavam um pouco de pânico. O relógio se recusava a avançar
ClaireJean-Luc deu de ombros, o desdém habitual que tinha por algumas coisas.— Ele achou que você gostou mais do quadro do que ele mesmo.O absurdo da situação me atingiu com força, como um soco invisível. Era como se o mundo tivesse virado de cabeça para baixo, e eu estivesse presa em uma realidade distorcida onde presentes eram obras de arte roubadas e compromissos surgiam sem consentimento. O contraste entre o luxo do Monet e a brutalidade na vida de Jean-Luc me fez sentir uma intrusa em um universo que não era meu. Lembrando-me mais uma vez no dia que eu estava amarrada a isso. O sentimento de impotência e o medo criaram um nó no meu peito, tornando difícil até respirar.— Eu não quero isso — murmurei, a voz mais fraca do que pretendia.Virei-me para sair quando Jean-Luc perguntou:— O que você quer que eu faça?— Devolva para Franz.— Isso seria ofensivo.Parei na porta, encarando-o, tentando decifra
Jean-LucClaire olhava para frente outra vez. Ajeitou-se na poltrona, reclinando-a. depois de alguns minutos em silêncio ela tornou a falar, como se já tivesse acabado de digerir a última informação lançada.— Então Franz é como um deus no submundo.Ri baixo, assentindo.— Quase isso.Outro gole no uísque.Ela suspirou, pensativa.— Existem algumas obras de arte roubadas há décadas na casa dele. Alguma chance de devolvê-las?Ri novamente, balançando a cabeça em negativa. O tom leve da conversa agora parecia um presente raro nos últimos dias. Movido por um impulso incontrolável, inclinei-me e a beijei delicadamente. Claire não resistiu. Sua resposta foi imediata, intensa, quebrando a barreira entre nós.O beijo evoluiu, tornando-se mais profundo, mais urgente. E nesse momento me perguntei se apenas o sexo agora seria capaz de fazer essa barreira abaixar por uma hora ou duas. Isso me entristecia
Jean-Luc— Ele deve ter imaginado que eu sabia sobre as armas, porque pirou. Então, me bofeteou e me arrastou para o banheiro, gritando que eu não iria ferrar com ele. No corredor, vi algumas malas. Me lembro de ter estranho. Acho que perguntei para ele sobre elas. Então, Thierry me trancou no banheiro, dizendo que a discussão tinha acabado. E, minutos depois, eu escutei o cheiro de fumaça. O alarme de incêndio na cozinha... e logo vi as chamas por debaixo da porta. Eu... eu desmaiei depois de tanto berrar por ajuda e ninguém me ouvir.— Eu ouvi. Eu apareci — disse, sem forças para dizer mais nada.Ela assentiu, mas sua expressão foi de uma calma desconcertante.— Eu estou aqui agora. Com você. Se quiser me beijar, eu vou permitir. Se quiser transar comigo, sou toda sua — ela disse, com uma frieza que me fez tremer. — Mas quero que saiba que não é tão diferente dos outros que me machucaram. Se vou ter que conviver com a merda na qual me colo