A luz branca do quarto me incomoda. Tudo parece tão frio, tão diferente… como se eu tivesse acordado em um lugar que não me pertence. Tento mover os olhos, mas cada detalhe só aumenta a confusão que me toma por inteiro.
As vozes ao meu redor soam familiares e, ao mesmo tempo, distantes. Há um homem de terno, uma mulher de olhar doce e um rapaz de mãos trêmulas segurando a minha. Ele fala comigo com tanto fervor, mas eu não consigo reconhecer quem ele é. Sinto o calor da pele dele, vejo as lágrimas, mas… nada dentro de mim responde.
A médica pede calma, pede silêncio. Ela me pergunta meu nome.
— Giulia. — respondo sem hesitar. Essa parte eu sei. Sou Giulia.
Mas quando ela me pergunta onde estou, meu corpo gela. O vazio é completo. Tento puxar da memória alguma imagem, alguma resposta que faça sentido, mas é como se houvesse apenas um buraco.
— Não sei. — admito, e sinto a vergonha me consumir.
O rapaz ao meu lado, o que chora e me chama de “amor”, aperta mais forte minha mão. Quero cor