A luz da manhã atravessava as frestas da cortina, suave, dourada, espalhando-se pelo quarto como se quisesse desenhar a cena perfeita diante de mim. Eu estava deitada contra o peito de Noah, sentindo sua respiração profunda e tranquila, cada movimento de seu corpo embalando o meu. O coração dele batia firme debaixo da minha mão, e eu me peguei sorrindo sem perceber, como se aquela imagem fosse algo que eu quisesse guardar para sempre.
Serena estava com meus pais desde a noite anterior. Isa havia ligado, dizendo que ela tinha adormecido serena no colo do avô e que estava bem. E eu, por um instante, me permiti esse descanso raro, sem culpa. Só eu e Noah. Só nós dois.
Passei longos minutos apenas observando o contorno de seu rosto, a linha da mandíbula, os cílios longos que ainda repousavam contra a pele. Ele parecia tão calmo, tão meu, que o peito doía de amor e de medo ao mesmo tempo.
— Vai ficar me olhando pra sempre? — a voz dele, rouca pelo sono, quebrou o silêncio do quarto.
Eu ri