A noite caiu sobre Madrid, e o apartamento de Giulia estava mergulhado em uma luz suave que vinha das luminárias da sala. Serena dormia tranquilamente no berço portátil, o peito subindo e descendo em um ritmo sereno, enquanto Giulia parecia cada vez mais exausta.
Eu a observei da cozinha, apoiada no balcão, enquanto ela mexia distraidamente numa xícara de chá. Seus ombros estavam caídos, os olhos semicerrados, e uma parte de mim doía só de imaginar o quanto ela carregava sozinha durante todos aqueles meses.
— Você precisa descansar — falei, quebrando o silêncio.
Ela piscou, como se estivesse saindo de um transe.
— Eu tô bem… só cansada.
— É exatamente isso que estou dizendo. — Cruzei os braços e tentei sorrir de lado. — Vai pro quarto, toma um banho, deita um pouco. Eu fico com a Serena.
Giulia hesitou, mordendo o lábio inferior.
— Noah… eu não sei se…
— Ei. — Me aproximei e toquei o ombro dela. — Confia em mim. A gente vai ficar bem aqui. Eu sei como medir a glicemia, sei os horários