A madrugada chegou envolta em silêncio, cortado apenas pelo som suave do vento batendo contra as janelas do apartamento. Eu estava deitado no sofá, mas o sono não vinha de verdade. O apartamento de Giulia tinha aquele cheiro confortável de lar, misturado ao leve aroma de chá que ainda pairava no ar desde o jantar.
Fechei os olhos por alguns minutos, mas o menor barulhinho vindo do quarto dela foi suficiente para me colocar em alerta. Era Serena, resmungando baixinho. Meu coração acelerou.
Levantei devagar, tentando não fazer barulho, e segui até o quarto iluminado apenas pelo abajur ao lado da cama. Giulia ainda dormia profundamente, os cabelos espalhados no travesseiro, e parecia exausta demais para perceber qualquer coisa. Senti um aperto no peito só de vê-la assim, finalmente descansando depois de tudo que tinha passado.
Fui até o berço e encontrei Serena com os olhinhos semicerrados, se remexendo. Sorri instintivamente e estendi os braços para pegá-la.
— Ei, pequena… papai tá aqui