Nunca pensei que estivesse preparado para algo assim. Nem quando fiz minha primeira cirurgia, nem quando enfrentei meu pai pela primeira vez ou quando me mudei sozinho para um país estranho. Nada me deixava mais nervoso do que caminhar ao lado de Giulia até a porta da casa onde ela cresceu.
Segurava firme a alça da mochila nas costas, como se isso pudesse controlar as batidas irregulares do meu coração. A casa… bem, chamá-la de casa parecia quase um insulto. Era uma mansão à beira-mar, com paredes brancas, janelas amplas com detalhes em madeira escura e um jardim que parecia ter saído de um catálogo. Mas o mais curioso é que, mesmo com toda a imponência, ela tinha cheiro de lar. De abraço. De comida feita com carinho e risada de criança no fim da tarde.
— Essa é a casa dos seus pais? — perguntei, como se ela não tivesse me dito isso quatro vezes no caminho.
Giulia sorriu, os olhos brilhando com uma pontinha de vergonha e orgulho.
— É. Vem. Eles vão te ado