Receber aquela mensagem de Giulia foi como sentir o coração dar um salto e afundar ao mesmo tempo.
"Meu pai quer te conhecer. Você pode vir aqui amanhã?"
Fiquei encarando o celular por alguns segundos, como se as letras pudessem se reorganizar e formar outra frase.
Eu tinha passado a noite revendo cada detalhe do que ela me contou, do que nosso reencontro significava, e agora a ideia de encarar o pai dela me deixava nervoso de um jeito quase adolescente.
Não era medo de homem para homem. Era medo de pai.
Medo de decepcioná-lo mais do que já tinha acontecido.
Medo de ele olhar para mim e ver apenas alguém que abandonou a filha dele.
No domingo, acordei cedo, mas passei a manhã andando pelo apartamento, inquieto. Tomei banho, troquei de roupa três vezes, até escolher algo simples: jeans escuro, camisa clara e tênis. Peguei um pequeno buquê de girassóis no caminho — eu não sabia se era brega ou gentil, mas precisava levar alguma coisa.
O bairro onde Miguel morava era calmo, com casas e j