Depois..
Narrado por Gregório
O corpo dela ainda tremia levemente sob o meu. A testa encostada na minha, os olhos fechados, a respiração tentando encontrar o ritmo certo. Eu passei a mão pelas costas dela, acariciando devagar, como quem pede desculpa pela intensidade, mas sem arrependimento nenhum.
Gregório: Ainda tá viva?
Ava: Sobrevivendo por milagre. Ou por insistência tua.
Dei um sorriso contra o pescoço dela e mordi de leve, só de provocação.
Gregório: Vai culpar o pai do seu filho agora? Ingrata…
Ava: Tô dizendo que é milagre, não que é ruim.
Ela riu, e eu senti o som vibrar no meu peito. Um som que eu queria guardar pra ouvir quando o mundo estivesse barulhento demais.
Ficamos alguns minutos só respirando juntos. Até que ela se mexeu e fez uma careta.
Ava: Acho que minhas pernas esqueceram como funcionam.
Gregório: Eu ajudo. Vem.
Levantei devagar, segurando ela pela cintura. Ajeitei a manta no sofá, peguei uma camiseta minha jogada ali perto e vesti nela com cuidado. Ela deixou, rindo.