Narrado por Marcelo
Saí daquele galpão com o cheiro de sangue grudado no corpo e a raiva me corroendo por dentro como ácido.
Meu casaco estava sujo. Minhas mãos tremiam. Não de medo, mas de frustração. Eu não conseguia parar de pensar nela. Anastácia. Deitada naquela cama de hospital, machucada, ferida… por minha causa. Porque eu a amo. Porque ela é meu ponto fraco. Porque alguém descobriu isso e usou contra mim.
Entrei no carro, bati a porta com força e passei a mão pelo rosto.
Aquele maldito mercenário não tinha dado o nome de quem mandou. Voz mascarada, pagamento em criptomoeda, sotaque do leste europeu. Tudo limpo, profissional. Só uma coisa me incomodava.
A frieza.
A ordem foi clara: matar.
Era pessoal. Era milimetricamente calculado.
Alguém queria desestruturar. Desestabilizar. Me forçar a reagir.
E eu vou.
— Renzo — falei, ativando o viva-voz — reúna os homens. Quero os líderes do setor norte, leste e central. E quero uma reunião marcada com Gregório Hackman.
Houve silêncio do