Narrado por Marcelo
Eu já estava pronto pra passar a noite toda ali, sentado naquela poltrona dura, com os olhos grudados nela. Anastácia finalmente tinha pegado no sono, depois de muito custo, e eu me recusava a sair do lado dela.
Até que o telefone vibrou no meu bolso.
Três vezes.
Código silencioso que significa “urgente”.
Atendi sem fazer barulho, levando o celular até o ouvido com cuidado.
Homem: Chefe, confirmamos. São mercenários.
Minha espinha gelou, mas meu sangue ferveu.
Marcelo: Como?
Homem: Câmera 4 do drone. A gente puxou o zoom, usou IA. Um deles é conhecido do nosso contato em Gdansk. Nome: Jan Kowalski. Já atuou como matador de aluguel no norte da Polônia. É do tipo que faz qualquer coisa por dinheiro. Os outros dois a gente ainda tá rastreando.
Respirei fundo, tentando manter a calma.
Marcelo: Alguém contratou esses filhos da puta pra matar minha mulher num parque beneficente. Tinha criança correndo ali. Idosos. Famílias.
Homem: A ordem foi clara: “Assustar, não matar”