Ava
Eu não fazia ideia do que estava acontecendo. Gregório me fez arrumar uma mala pequena, disse pra levar roupas confortáveis e quentinhas, mas se recusou a revelar o destino.
Gregório: “Confia em mim, minha mulher.”
E, claro, eu confiava. Mais do que em qualquer outra pessoa.
A viagem foi de carro. Ele dirigia com uma calma deliciosa, com a mão pousada na minha coxa como se dissesse: "tô aqui", mesmo em silêncio. O som baixinho tocava uma playlist que ele mesmo montou — tinha Adele, Jorge Vercillo, Norah Jones… e até Marisa Monte. O tipo de coisa que parecia despretensiosa, mas era pensada nos mínimos detalhes.
Eu olhava a paisagem mudar pela janela. O verde ficando mais denso, o ar mais fresco. Já devia ser perto do fim da tarde quando ele finalmente entrou por uma estradinha de terra cercada por árvores.
Ava: “A gente tá indo pra uma fazenda?”
Gregório: “Quase.”