Ava
Acordei com um frio na barriga.
Não era medo.
Era vergonha.
E expectativa.
Gregório me levou ao consultório no próprio carro. Dirigiu em silêncio, mas com aquela tranquilidade dele que me fazia sentir menos… exposta.
Eu tava nervosa.
Mais do que gostaria de admitir.
Mais do que mostrei pra ele.
A clínica era num prédio elegante, de vidro fumê e jardim vertical. Um lugar bonito demais pra alguém que ainda se sentia feia por dentro.
Gregório parou na frente. Desceu primeiro. Deu a volta. Abriu a porta pra mim.
Ava: — Isso não é necessário.
Gregório: — Eu sei. Mas é o mínimo.
Entramos juntos.
O ambiente era moderno, mas acolhedor. Tons claros. Plantas. O cheiro de lavanda misturado com café fresco.
A recepcionista sorriu.
Recepcionista: — Bom dia, senhorita Ava. A doutora Isabela já está te esperando.
Meu nome.
No sistema.
Com hora marcada.
Com tudo pronto.
Me deu vontade de sair correndo.
Mas Gregório apertou levemente minha mão.
E eu fiquei.
Subimos num ele