Ava
As portas se abriram devagar.
E eu respirei fundo.
Muito fundo.
O som dos violinos encheu o salão como um abraço invisível. Era doce, calmo, grandioso. Eu não sabia se meu coração batia por nervoso ou por amor, talvez pelos dois, mas cada passo que eu dava pelo corredor florido parecia me empurrar pra uma nova vida. Uma vida que eu nunca imaginei que existisse pra mim.
E lá estava ele.
Gregório.
No altar.
Terno preto, camisa branca, gravata de cetim grafite.
Mas não era a roupa. Era ele. Era o olhar. O sorriso discreto. Os olhos fixos só em mim. Ele não olhava ao redor. Não reparava nas flores, nas câmeras, nos convidados. Ele só me olhava.
Como se o mundo parasse em mim.
Cheguei perto. Senti a mão dele tocar a minha. Firme. Quente. Presente.
O celebrante começou a falar, mas por alguns minutos tudo virou som de fundo. Eu só via os olhos dele. Os olhos do homem que me acolheu quando ninguém m