O salão de Marina não voltou a ser o mesmo depois da entrada de Adriano. Os convidados cochichavam pelos cantos, e cada olhar parecia querer arrancar de Isabel uma reação. Mas ela se manteve ereta, de braços dados com Gabriel, decidida a não dar a ninguém o prazer de vê-la vacilar.
Na saída, já no carro que os levaria de volta ao hotel reservado pela equipe de Gabriel, Isabel se deixou afundar no banco, respirando fundo. A noite tinha sido longa, e a tensão de encarar Adriano em público pesava sobre seus ombros.
— Você foi firme — disse Gabriel, quebrando o silêncio. O tom dele era simples, quase cotidiano, mas Isabel sentiu que havia algo além. Não era apenas aprovação, era orgulho.
Ela virou o rosto para ele, sem saber se sorria ou se chorava.
— Eu tremi por dentro o tempo todo.
Gabriel olhou para frente, o perfil sério iluminado pelas luzes da rua.
— Isso é natural. Mas você não demonstrou. E às vezes é só isso que precisamos: manter a postura, mesmo que o coração esteja em pedaços