Adrian
Passei a mão pelos cabelos, respirando fundo, tentando afastar o peso que se instalara em meus ombros.
— Eles estão com medo — murmurei, mais para mim do que para qualquer outra pessoa.
Elara me olhou, olhos cansados, respiração pesada, e senti o aperto no peito.
— Todos nós estamos — respondeu, a voz firme, mas ainda carregada de fragilidade.
O cansaço em seus olhos me cortou. Não era apenas fadiga. Era responsabilidade, medo e determinação entrelaçados.
— Mas você… — minha voz baixou, quase um sussurro, e por um instante hesitei — você nos salvou.
O canto dos lábios dela se curvou num sorriso fraco.
— Por quanto tempo, Adrian? O sol já nasceu.
Me aproximei devagar, consciente de cada passo, da energia que vibrava entre nós.
— O suficiente para que possamos lutar de novo.
O vento trouxe consigo o cheiro de orvalho e de fumaça distante, lembranças de batalhas recentes.
A aldeia permanecia silenciosa, mas havia algo no ar. Um pressentimento que me atravessava como lâminas i