Elara
A cada passo que dava de volta à vila, sentia o coração pulsar com força, como se tentasse me lembrar de que eu ainda era humana — ao menos em parte. Quando avistei Maeve em frente a minha casa, o alívio veio como um sopro. A expressão serena dela me atingiu como uma lâmina — um contraste cruel com o caos que vivia dentro de mim.
— Elara? — ela ergueu os olhos, surpresa. — O que aconteceu com você? Está pálida... parece que viu um fantasma.
“Eu sou o fantasma”, pensei. Mas apenas balancei a cabeça.
— Precisamos conversar. — minha voz soou estranha, arranhada, como se as palavras me queimassem por dentro.
Maeve franziu o cenho, mas abriu caminho e me fez entrar. O interior da casa era acolhedor, com o cheiro familiar de ervas secando penduradas nas vigas e o som suave do vento batendo na janela. Por um instante, desejei ficar ali, fingir que nada havia mudado. Mas não dava mais.
Sentei-me na cadeira diante dela, os dedos trêmulos se entrelaçando sobre o colo.
— Maeve... eu precis