Adrian
A floresta parecia diferente naquela madrugada. O vento era o mesmo, o perfume da terra úmida após a noite também, mas tudo em mim vibrava em outro ritmo. Cada passo que eu dava de volta para a aldeia trazia consigo uma lembrança do que havia acabado de acontecer: o toque de Elara, o calor de sua boca contra a minha, a rendição dela ao chamado que já não podíamos mais negar.
Ela sentira.
A certeza me atravessava como uma lâmina e um bálsamo ao mesmo tempo. Ela sentira a conexão, a chama que queimava entre nós desde o primeiro olhar. Não era apenas minha obsessão, não era uma ilusão da mente. Elara havia confessado em sua voz trêmula que eu era parte dela.
Sorri sozinho, uma expressão rara em meu rosto, enquanto saltava entre as raízes e pedras da trilha noturna. Pela primeira vez em muito tempo, a escuridão não me parecia inimiga, mas cúmplice. A lua, testemunha do nosso beijo, agora parecia me guiar de volta à minha gente.
E, ainda assim, dentro de mim a chama da felicidade vi