Elara
A cozinha de Maeve estava impregnada pelo cheiro doce da massa recém-assada. Eu amassava o pão com força, minhas mãos mergulhadas na farinha enquanto ela, ao meu lado, cantava baixinho uma canção antiga, dessas que passam de geração em geração e que me faziam lembrar da minha mãe. A luz fraca das velas dançava nas paredes de pedra, criando sombras que pareciam ter vida própria.
— Mais farinha, Elara. — disse Maeve, sorrindo com aquele jeito amigável que sempre me fazia sentir segura.
Passei a mão no avental para limpar o excesso de massa e peguei o pote de barro, despejando mais farinha sobre a mesa. O movimento automático me dava uma paz rara, como se, por um breve instante, nada pudesse me atingir.
— Você leva jeito. — Maeve comentou, observando-me com ternura. — A massa responde à sua mão, você tem delicadeza.
Sorri de leve, tentando afastar o peso que carregava no coração. Desde o encontro com Adrian no dia anterior, minha mente estava um turbilhão. Suas palavras ecoavam sem